sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Poemas de Amor II

Na nossa biblioteca, ao longo da semana, distribuiram-se poemas de amor como quem espalha rosas. Uma prenda feita de palavras com o mundo todo lá dentro.

Olhos

De tanto olhar os teus olhos
perco o pé e o viver.
Oh que olhos tão bonitos,
olhos de água em que os aflitos
mergulham até morrer.

João Pedro Mésseder/Francisco Duarte Mangas

Em todas as ruas…

Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto, tão perto, tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é o seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura

Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco.

Mário de Césariny de Vasconcelos


POEMA DE AMOR

Esta noite ofereço-te o anel de Saturno
e quase ia morrendo com o receio de que
ele não te coubesse no dedo

Jorge de Sousa Braga

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