quarta-feira, 23 de abril de 2008

Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor


Celebra-se hoje o Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor. Comemorado, desde 1996 e por decisão da UNESCO, a 23 de Abril, dia de São Jorge, esta data foi escolhida para honrar a velha tradição catalã segundo a qual, neste dia, os cavaleiros oferecem às suas damas uma rosa vermelha de São Jorge e recebem em troca um livro. Para além disso, é prestada homenagem à obra de grandes escritores, Shakespeare e Cervantes, falecidos em 1616, exactamente a 23 de Abril.

Um livro: Um tapete mágico

"Desejas um tapete mágico que, num abrir e fechar de olhos, te leve aos confins da terra?
Uma máquina de viajar no tempo, para o futuro a haver, desconhecido, para o passado histórico ou para aquele em que os animais falavam?
Companheiros para correrem contigo a aventura de mares ignoradosne de ilhas que os mapas não registam? Conhecer mundos para além do nosso sistema solar, a anos-luz da nossa galáxia, sem necessidade de foguetão?
Saber a idade de uma pedra ou os mistérios da realidade, das águas, dos bichos, dos pássaros e das estrelas?
Descobir a arca encantada, onde se guardam os vestidos "cor do tempo", das princesas de era uma vez, aquelas que se transformavam em pombas ou dormiam em caixões de cristal, à espera que o livro viesse despertá-las?
Desfolhar as pétalas do sonho no país da noite?
Abre um livro.
Um livro é tudo isso de cada vez e, às vezes, ao mesmo tempo.
Um livro permite-te contactar com outras imaginações, outras sensibilidades. É a possibilidade de estares noutros lugares, sem abandonares o teu chão, de ouvires pulsar outros corações, de vestires a pele humana de outro ou outros sem deixares de ser tu. E, com um livro, a varinha de condão que está na mão das fadas está em teu poder. É do teu olhar, de cada vez que te dispões a ler, que nascem aqueles mundos caleidoscópicos, de maravilha - e só desaparecem, quando fechas o livro. Mas, a um gesto do teu querer, voltarão a surgir sempre, sempre, sempre..."

Luísa Dacosta



terça-feira, 22 de abril de 2008

Dia Mundial da Terra



"Nós não herdámos a terra dos nossos antepassados, pedimos emprestada aos nossos filhos"
Provérbio Índio

Celebra-se hoje o Dia Mundial da Terra. A 22 de Abril de 1970, o Senador norte-americano Gaylord Nelson, preocupado com o ambiente, realizou o primeiro protesto nacional contra a poluição. Em 1990, vários países adoptaram a data como Dia Mundial da Terra. Em 2002, a Organização das Nações Unidas aprovou a Carta da Terra, uma espécie de Declaração de Direitos da Terra. Pode ler-se no preâmbulo desta carta:
“Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça económica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos a nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações”.

Para que a vida na Terra possa continuar, devemos, entre outros, respeitar os seguinte princípios:

Respeitar a Terra e a vida em toda sua diversidade.

Cuidar da comunidade da vida com compreensão, compaixão e amor.

Construir sociedades democráticas que sejam justas, participativas, sustentáveis e pacíficas.

Garantir as dádivas e a beleza da Terra para as actuais e as futuras gerações.

Proteger e restaurar a integridade dos sistemas ecológicos da Terra, com especial preocupação pela diversidade biológica e pelos processos naturais que sustentam a vida.

Tratar todos os seres vivos com respeito e consideração.


Como se pode ler na Carta: “A escolha é nossa: formar uma aliança global para cuidar da Terra e uns dos outros, ou arriscar a nossa destruição e a da diversidade da vida.”

Pode ler-se a Carta da Terra, na íntegra, em português, em
http://www.chartedelaterre.org/files/charter/charter_po.pdf


Sugestão de Leitura

E porque todos nós podemos, no nosso dia-a-dia, cuidar da Terra, aqui vai uma sugestão de leitura:

(imagem retirada de www.webboom.pt)


50 Coisas Simples que as crianças podem fazer para salvar a Terra, da responsabilidade do “The Earthworks group”, publicado pelo Instituto Piaget e disponível na SUA biblioteca.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Sugestão de Leitura

Um livro muito especial: Conto estrelas em ti , publicado pela Editora Campo das Letras. Num só livro, poemas de dezassete autores portugueses, ilustrados por João Caetano. Poemas de Luísa Dacosta, Papiano Carlos, Maria Alberta Menéres, António Torrado, António Mota, Álvaro Magalhães e muitos outros. Para ler e sorrir muito!



Aqui vai um cheirinho...

É tão bom não ter juízo!

"Ser um rapaz com juízo?
Ah, isso não é preciso!

É tão bom ser diabrete,
pintar de verde o tapete.
É tão bom ser um mauzão,
deitar pimenta no pão.
É tão bom ser um pirata,
puxar o rabo da gata.
É tão bom ser um traquinas,
despentear as meninas.
É tão bom ser um travesso,
vestir tudo do avesso.
É tão bom ser um marau,
pôr no lixo o bacalhau.
É tão bom ser desastrado,
cair no lago calçado.
É tão bom ser malandrão,
roer os ossos do cão.
É tão bom ser um maroto,
pôr no prato um gafanhoto.
Tão bom ser insuportável,
pisar um senhor notável.
Ser sempre inconveniente,
ao careca dar um pente.
É tão bom ser mau, mau, mau,
Soltar na aula um lacrau.

O pior é quando a mãe
resolve ser má também."

Luísa Ducla Soares

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Dia Mundial da Saúde

Celebra-se hoje, dia 7 de Abril, o Dia Mundial da Saúde. A Organização Mundial de Saúde (OMS) alerta para o facto do aquecimento global trazer sérios problemas para a saúde pública de todos os países. Margaret Chan, directora-geral da OMS, afirma que as alterações climáticas colocarão em risco as populações de todo o mundo. Para além de outras situações graves, a poluição do ar contribuirá para aumentar os casos de asma, bronquites e outros problemas respiratórios, bem como as alergias.

É muito importante que, todos os dias, as nossas acções ajudem a salvar a terra, impedindo a poluição e as suas consequências para a saúde de todos nós.

Sugestão de leitura

Guia do Jovem Consumidor Ecológico, de John Elkington e Julia Hailes, publicado pela Gradiva.

Um livro que nos ensina a cuidar da Terra, nas pequenas coisas do nosso dia-a-dia.


A nossa saúde depende da saúde do nosso planeta...

quarta-feira, 2 de abril de 2008

2 de Abril - Dia Internacional do Livro Infantil


Hoje comemora-se o Dia Internacional do Livro Infantil. Esta data foi escolhida como homenagem ao escritor dinamarquês Hans Christian Andersen, que nasceu neste dia, em 1805.
A data é comemorada em mais de 60 países e é uma tentativa de despertar nas crianças o interesse pela literatura.

Os livros são os meus olhos mágicos

Há muito, muito tempo, vivia na Índia antiga um rapaz chamado Kapil. Além de gostar muito de ler, era extremamente curioso. Tinha a cabeça cheia de perguntas. Por que motivo o Sol era redondo e por que mudava a Lua de forma? Por que cresciam tanto as árvores? E por que razão as estrelas não caíam do céu?
Kapil procurava as respostas em livros de folha de palmeira escritos por homens sábios. E lia todos os livros que encontrava.
Ora, um dia, estava Kapil ocupado a ler quando a mãe lhe deu um embrulho e disse: «Arruma o livro e leva esta comida ao teu pai. Já deve estar cheio de fome.»
Kapil levantou-se com o livro na mão e fez-se ao caminho. Enquanto percorria o duro e acidentado trilho que atravessava a floresta, não parava de ler. De súbito, o seu pé bateu numa pedra. Tropeçou e caiu. E logo um dedo começou a sangrar. Kapil ergueu-se do chão e continuou a caminhar e a ler, com os olhos colados ao livro. Não tardou a bater noutra pedra e, uma vez mais, estatelou-se. Desta feita doeu-lhe mais, mas o texto escrito em folha de palmeira fê-lo esquecer as feridas.
De repente, um clarão surgiu e ouviu-se um riso melodioso. Kapil levantou os olhos e deparou com uma formosa senhora, vestindo um sari branco. Ela sorria e uma auréola de luz rodeava-lhe a cabeça. Estava sentada num cisne branco e gracioso. Numa das mãos trazia um luminoso rolo de pergaminho. Com outras duas segurava um instrumento de cordas chamado veena. Estendeu a quarta mão para o rapaz e disse: «Meu filho, estou impressionada com a tua sede de conhecimento. Quero dar-te uma recompensa. Qual é o teu maior desejo?»
Kapil pestanejou de espanto. Diante dele encontrava-se Saraswati, a Deusa do estudo. No instante seguinte, o rapaz cruzou as mãos, fez uma vénia e murmurou: «Por favor, Deusa, dá-me um segundo par de olhos para os pés, a fim de que eu possa ler enquanto caminho.»
«Assim seja» – e a Deusa abençoou-o. Tocou na cabeça de Kapil e a seguir desapareceu entre as nuvens.
Kapil olhou para baixo. Um segundo par de olhos brilhava-lhe nos pés e ele deu um salto de alegria. Logo a seguir, fixou os olhos no livro e desatou a caminhar pela floresta, apenas conduzido pelos seus pés.
Graças ao amor pelos livros, Kapil cresceu e tornou-se um dos sábios mais ilustres da Índia. Em toda a parte era conhecido pela sua imensa sabedoria. Também lhe puseram outro nome, Chakshupad, que em sânscrito significa «aquele cujos pés têm olhos».
Saraswati é a deusa do estudo e do saber, da música e da fala.
Esta é uma antiga lenda indiana sobre um rapaz que descobriu como o saber é transmitido pelas palavras, essas palavras que os homens sábios escreviam em manuscritos de folhas de palmeira.
Os livros são os nossos olhos mágicos. Dão-nos informação e conhecimentos e servem-nos de guias nos difíceis e acidentados caminhos da vida.

De MANORAMA JAFA (tradução: José António Gomes)