terça-feira, 6 de maio de 2008

"Festejar a Mãe"


"Maternidade", de Almada Negreiros
"A mãe é o único Deus que não tem descrentes na terra."
(Anónimo)
No passado dia 30 de Abril, pelas 21 horas, realizou-se na nossa escola um Sarau para homenagear a Mãe, no âmbito do projecto "Festejar a Mãe", projecto de articulação curricular entre a Biblioteca e as turmas do 6º ano de escolaridade. Iniciado no primeiro período, envolveu as disciplinas de Língua Portuguesa, Educação Visual e Tecnológica, Educação Musical, Educação Física e Área de Projecto. Os alunos desenvolveram, de forma articulada, actividades à volta da temática Mãe, realizaram trabalhos de investigação, trabalhos práticos, leituras diversas... A Biblioteca apoiou a realização das diversas actividades, forneceu os recursos necessários à implementação das mesmas, trabalhou em parceria com os professores envolvidos. Fruto do trabalho realizado nasceu uma exposição "A Mãe na Arte" ( trabalhos realizados em Área de Projecto sobre a Mãe na Literatura, na Escultura, na Pintura e na Fotografia...) e um Sarau.
Na presença das mães, dos pais, dos avós, os alunos declamaram poemas da sua autoria, entoaram poemas de autores portugueses (musicados pelas diferentes turmas em Educação Musical), dançaram ao som de canções sobre a mãe. A Oficina de leitura e escrita da Biblioteca participou também no Sarau com a declamação do "Poema à Mãe", de Eugénio de Andrade.

Viveram-se momentos de profunda alegria e de partilha de palavras e de afectos!


Ficam aqui dois poemas que foram musicados pelos alunos.


Fantasia

Oh mãe, conta-me histórias de encantar
Daquelas em que há príncipes e fadas,
Dragões que guardam torres encantadas,
E que contavas para me embalar.


Conta-me histórias, mãe! Lendas infindas
De castelos erguidos nas colinas,
Onde habitavam fadas e meninas,
Brancas e loiras, sempre muito lindas.


Mãe, conta-me histórias de encantar,
Dos anjos que no azul do céu voavam,
Dos lagos onde cisnes passeavam,
E que eu revia à luz do teu olhar.


Conta-me histórias como em pequenino
Me contavas e tudo me sorria.
Histórias lindas que eu atento ouvia...
Oh que saudades, mãe, de ser menino.

Emanuel Félix ( 1936-2004)

Mãe 2


Tigelinhas brancas
compotas macias
Minha mãe quantas
tigelinhas enchias


Tigelinhas brancas
para todos os dias
Minha mãe quantas
tigelinhas vazias


Tigelinhas brancas
doces como querias
Minha mãe quantas
saudades eu tenho


João Apolinário (1924-1988)


(Poemas retirados de "A Mãe na Poesia Portuguesa", uma antologia de Albano Martins, publicada pelo Público)

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