sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Novo acordo ortográfico - acção de formação

No dia 26 de Janeiro, o Grupo de Língua Portuguesa e a Coordenadora da BE/CRE dinamizaram, na Escola Básica 2/3 Ciclos D. Luís de Loureiro, uma ação de formação subordinada ao tema: “ O Novo Acordo Ortográfico”. O orador - Dr. Alcídio Faustino (mestre em Linguística) – soube, de forma singela e sem preconceitos, captar o interesse de uma assistência numerosa que encheu a sala dos Grandes Grupos, composta por docentes, por técnicos operacionais de ação educativa e por técnicos administrativos do Agrupamento.
O orador começou por traçar uma breve perspectiva diacrónica das alterações que foram sendo instituídas na nossa língua. Abordou as diferentes teses que suportam ou que rejeitam este novo acordo.
Lembrou que depois de ter sido aprovado em 2008, e de ter entrado em vigor em Janeiro deste ano, o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa vai começar a ser aplicado nas escolas no ano lectivo de 2011-2012, segundo uma resolução do Conselho de Ministros de 9 de Dezembro.
No entanto, a aplicação será feita de forma gradual e progressiva ao longo de um período de três anos, no qual as regras “antigas” e as do recente acordo conviverão nos manuais escolares.
O ministro da presidência, Pedro Silva Pereira, anunciou também que a partir de 1 de Janeiro de 2012 o próprio Governo assim como todos os organismos dependentes do Estado começariam a utilizar o acordo ortográfico. Tudo isto ficou definitivamente fixado com a publicação, no dia 25 de Janeiro de 2011, da Resolução do Conselho de Ministros n.º 8/2011.

Afinal o que é que vai mudar a partir do dia 1 de Janeiro de 2011:
• O alfabeto passa a ter 26 letras com a inclusão do «K», o «Y» e o «W»;
• Apesar das mudanças a nível de ortografia, as pronúncias próprias de cada país continuam iguais.
• Há palavras que vão ter dupla grafia devido à diferença de pronúncia entre Portugal e Brasil: académico/acadêmico, amazónia/amazônia, anatómico/anatômico, António/Antônio, blasfémia/blasfêmia, cénico/cênico, cómodo/cômodo, efémero/efêmero, fenómeno/fenômeno, gémeo/gêmeo, género/gênero, génio/gênio, ténue/tênue, tónico/tônico e também bebé/bebê, bidé/bidê, canapé/canapê, caraté/caratê, cocó/cocô, croché/crochê, guiché/guichê, judo/judô, matiné/matinê, metro/metrô, puré/purê.
• Há palavras que vão sofrer alterações na grafia: cai o «h» como em «húmido» e fica úmido, desaparecem o «c» e o «p» nas palavras onde não se lêem (são mudos), como acção, acto, baptismo ou óptimo.
• Desaparecem algumas consoantes em palavras como: acionar, adjetival, adjetivo, adoção, adotar, afetivo, apocalítico, ativo, ator, atual, atualidade, batizar, coleção, coletivo, contração, correção, correto, dialetal, direção, direta, diretor, Egito, eletricidade, exatidão, exato, exceção, excecionalmente, exceções, fator, fatura, fração, hidroelétrico, inspetor, letivo, noturno, objeção, objeto, ótimo, projeto, respetiva, respetivamente, tatear.
• Nas sequências «mpc», «mpç» e «mpt», se o «p» for eliminado, o «m» passa a «n», como assunção e perentório.
• As terminações verbais «êem» deixam de ser acentuadas em Portugal e no Brasil (exemplos: creem, deem, leem, veem, incluindo os verbos com as mesmas terminações: descreem, releem, reveem, etc).
• Deixa de ter acento diferencial a forma verbal «pára», passando a «para».
• O acento diferencial para distinguir o passado do presente passa a ser facultativo.
• As formas monossilábicas do verbo haver perdem o hífen. Exemplos: «hei de», «hás de», «há de», «hão de». A palavra «fim-de-semana» também fica sem hífen.
• O hífen cai também em palavras compostas (em que se perdeu a noção de composição), que passam a ser escritas assim: mandachuva, paraquedas e paraquedista.
• Ainda em relação ao hífen: fusões de palavras quando há duplicação do «s» ou do «r», como antirreligioso, antissemita, contrarregra, contrassenha, extrarregular, infrassom.
• O novo acordo recomenda também que se generalize a fusão quando a terminação é uma vogal e o segundo elemento começa com vogal diferente: extraescolar, autoestrada.
• Os Meses e as estações do ano passam a escrever-se com letra minúscula.
A ação decorreu num ambiente francamente cordial e animado e no final houve lugar ao esclarecimento de dúvidas. Para que os tempos que se avizinham não venham a constituir-se numa fonte de angustias, foi sugerida a utilização do conversor Lince.






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